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carimbo_ok2009

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Actualização mensal dos vinhos que foram enviados para serem provados e que obtêm classificação igual ou superior a 89 pontos.

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94 pontos
Gran Cruz Porto – Cruz Porto 20 Anos – 38,40 – 72/73

92 pontos
Gran Cruz Porto – Gran Cruz Porto 40 anos – 90,00 – 72/73
Soc. Quinta do Portal – Portal Colheita 2000 Porto – 19,53 – 72/73

91 pontos
Gran Cruz Porto – Gran Cruz LBV 2003 Porto – 13,00 – 72/73
Gran Cruz Porto – Gran Cruz LBV 2004 Porto – 13,00 – 72/73
Gran Cruz Porto – Cruz Vintage 2006 Porto – 25,00 – 72/73

90 pontos
António Caetano F. Girão – Consensual Gde Escolha Tin 2005 – €20,00 – 72/73
Soc. Quinta do Portal – Qta do Portal Tinta Roriz Tin 2006 – €17,51 – 72/73
Soc. Quinta do Portal – Qta do Portal Gde Reserva Tin 2006 – €22,20 – 72/73
Soc. Quinta do Portal – Qta do Portal Vintage 2006 Porto – €43,48 – 72/73
PROVAM – Vinha Antiga Alvarinho Escolha Bra 2007 – €9,70 – 72/73
Soc. Agrícola Casal do Tojo – Catralvos Superior Moscatel 2003 – €7,50 – 72/73

89 pontos
António Caetano e Faria Girão – Consensual Gde Res. Tin 2005 – €4,50 – 72/73
Gonçalo de Sá da Bandeira – Herdade do Gamito Tinto 2006 – €9,90 – 72/73
Ervideira, Soc. Agr. Lda – Vinha D’Ervideira Col. Sel. Tinto 2007 – €5,38 – 72/73
Duorum Vinhos – Duorum Tinto 2007 – €8,00 – 72/73
J. Portugal Ramos – Vila Santa Syrah Tinto 2007 – €9,85 – 72/73
Casa dos Lagares – Fragulho Moscatel – €7,99 – 72/73
Silvio Cerveira – Colinas de S. Lourenço Espu. Bruto Nat Bra 2006 – €9,00 – 72/73
Soc. Agrícola Casal do Tojo – Lisa Bra 2007 – €2,40 – 72/73
Soc. Agrícola Casal do Tojo – Catralvos Reserva Tinto 2005 – €9,00 – 72/73

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ABRUNHOSAPedro Abrunhosa

Branco, tinto ou rosé?
Todos.

Carne ou peixe?
Depende da sobremesa.

Qual a sua região vinícola preferida?
Entre Douro e Alentejo.

Um vinho de eleição.
Tinto Sombra e Branco Luz, resultado da parceria Abrunhosa / Niepoort.

Um restaurante de eleição.
O Janela da Taberna, em Cacela-Velha. Branco fresco e conquilhas directamente da praia.

Uma experiência gastronómica memorável.
Na China, cobra frita.

Em que ocasiões não dispensa um bom vinho?
Quando não dispenso uma boa companhia.

concurso74

A distinção, nobreza e excelência do Porto Krohn
Colheita 1968 brilha em Paris

Organizado pela “Union d’Oenologues de France”, realizou-se em Paris,
no Hotel Holiday Inn Republique, de 27 de Fevereiro a 3 de Março de 2009,
a 15.ª edição do Vinalies Internationales.

Reportagem: Bento de Carvalho

A este prestigioso concurso internacional de vinhos concorreram 3034 vinhos provenientes de 41 paises, que foram provados em absoluto anonimato, classificados e descritos por 127 provadores de 32 nacionalidades diferentes, estando Portugal representado por Bento de Carvalho e Francisco Antunes.
Os provadores foram distribuidos por 18 comissões de avaliação, sendo cada comissão constituída por 5 elementos, sendo 2 de nacionalidade francesa e 3 estrangeiros. Foi utilizada a ficha de prova designada por OIV/UIEO de 0-100 pontos, inserida num computador de bolso PDA, tendo sido provados diariamente cerca de 35 vinhos.
Aos 3034 vinhos que se apresentaram a concurso, o júri internacional atribuiu 198 Vinalies de Ouro e 763 Vinalies de Prata, e Portugal apresentou 146 vinhos, tendo conquistado 10 Vinalies de Ouro (6,8% do total) e 45 Vinalies de Prata 830,8%), sendo de realçar a conquista do “Trophée Vinalies Internationales” da categoria de vinhos licorosos, atribuido ao Porto Krohn Colheita 1968 da Empresa Wiese & Krohn Sucs., por ter conquistado a medalha de ouro e por ter sido o vinho melhor classificado na categoria dos vinhos licorosos.
É de destacar também, entre todos os premiados, as 3 Vinalies de Ouro e 1 Vinalies de Prata conquistadas pela Casa Agrícola Cortes de Cima e as 2 Vinalies de Ouro e 12 Vinalies de Prata arrecadadas pela Sogrape Vinhos SA, que bastante prestigiaram a presença nacional.
A proclamação dos resultados e a entrega dos “Trophée des Vinalies Internationales” realizou-se durante o jantar de encerramento “Vinitech” no Pavillon Cambon Capucines, na presença de entidades oficiais, membros da organização, patrocinadores e provadores, e decorrendo num ambiente de solenidade e de grande convívio. Pelo sucesso do concurso e pelo trabalho realizado, felicitamos a Union des Oenologues de France, na pessoa do seu presidente Tierry Gasco e a Directora do Concurso Beatrice da Ros pelo prestigio alcançado, assim como pela magnífica visita técnica proporcionada à região de Saint-Emilion, com deslocações ao Chateau Beau Séjour e Chateau Luchey-Halde (Pessac-Léoguan) •

Provados & Classificados 74/75

Bag-in-box, uma embalagem moderna, funcional e atractiva

Desde os tempos mais remotos, o vinho é uma das bebidas mais apreciadas por milhões de consumidores.

Bento de Carvalho – Engenheiro Agrónomo

bentoAo longo do tempo, o acondicionamento do vinho tem sido uma preocupação — estruturas de madeira de salgueiro revestidas de pele, tonéis de madeira de palmeira, ôdres de pele de cabra e porco, ânforas, vasos de terracota, etc…., foram vasilhames utilizados para acondicionar o vinho e fazê-lo chegar ao consumidor.
Entre nós, ainda nos lembramos do espaço bem português da taberna nacional, ponto de encontro e de reunião colectiva implantada no coração histórico das cidades, onde se trocavam informações e saberes e em que o vinho era um símbolo místico, a expressão dum ideal, símbolo da sensibilidade do Homem, nos bons e maus momentos da vida. Aí se encontravam as pipas, as cartolas, os pipos, os garrafões, o banco corrido, o baralho de cartas, o dominó e o copo de três.
Hoje, com o moderno estilo de vida e com a sociedade em avançada transformação, assiste-se a uma evolução do comportamento do consumidor, cada vez com menos tempo para comer e menor poder de compra, dando preferência a outras bebidas (cerveja, refrigerantes, água), verificando-se uma tendência para beber menos vinho.
Com as dificuldades de trânsito existentes, principalmente nas cidades, a distribuição do vinho no abastecimento de restaurantes e locais de venda, tornou-se uma situação difícil e com gastos financeiros significativos.
A entrega, a devolução, as operações de lavagem de vasilhame, o tempo gasto nestas operações, são factores de custos elevados na venda do vinho.
A tradição no mundo do vinho assenta na investigação, na inovação e no progresso.
A produção, conservação e o acondicionamento de vinho até ao consumidor, obrigaram a desenvolver uma complexa tecnologia e promoveram o aparecimento de numerosas indústrias complementares de modo que o vinho chegue ao consumidor em perfeitas condições.
É o caso do Bag-in-Box, Tetra Pak, vedantes sintéticos, cápsulas de alumínio, vedantes de “cristal”, garrafas de plástico, etc…. O Bag-in-Box, hoje em dia também conhecido por BIB, é uma embalagem que tem ganho progressivamente uma parte importante do mercado a outros tipos de acondicionamento e abrindo o consumo a novos adeptos.
É uma embalagem conhecida por conservar o vinho por um período longo, uma vez aberta. É composta por um saco ligeiro de fôlha de alumínio, uma embalagem de cartão em forma de cubo, com um punho de transporte e uma torneira, que impede a entrada de ar. O saco ligeiro retrai-se seguindo a quantidade do vinho existente.
Graças a esta tecnologia, o vinho em BIB (3, 5, 10 e 20 litros), conserva-se vários meses porque é protegido pelo saco de folha de alumínio, cheio em vácuo ou em gás inerte, podendo o vinho consumir-se em vários dias, pois tirando várias quantidades de vinho em vários momentos diferentes, o resto do vinho fica em vácuo, protegido e conserva toda a sua potencialidade organoleptica.
Trata-se duma embalagem moderna, funcional e atractiva para produtores, comerciantes e consumidores. A sua boa e funcional utilização nos restaurantes que vendem vinho não engarrafado, a sua melhor apresentação estética para as donas de casa, a facilidade de transporte, o bom nível de satisfação junto do consumidor pelo principio da conservação e pela polivalência e pluridade de utilização, a não obrigação de devolução, tornam-na numa embalagem prática e sedutora.
A progressão do BIB a nível mundial é rápida e os consumidores estão a aderir a este tipo de acondicionamento, perfeitamente adaptado aos vinhos de média qualidade, para os vinhos do dia a dia, deixando a garrafa para os vinhos de qualidade nobre.
A tradição da garrafa de vidro guarda os seus atributos e a transparência, mas o peso está a diminuir cerca de 90g por garrafa vazia, e o objectivo essencial no futuro é limitar o impacto do transporte, com a diminuição das emissões de CO2 pela redução do peso das mercadorias transportadas.
À escala mundial estima-se em 150 milhões de hectolitros de vinho engarrafados em garrafas de vidro em cada ano e os acondicionados em Bag-in-Box representam já 20 milhões de hectolitros.
No nosso quotidiano, devemos previligiar as garrafas de vidro para receber amigos, mas nos novos tempos de consumo e em função de certas ocasiões, o Bag-in-Box poderá ser apresentado como uma curiosidade e uma descoberta moderna e atractiva. •

gourmet74

Restaurante “alma”
Henrique Sá Pessoa confere “alma” à noite lisboeta

Inaugurado no Dia dos Namorados, o novo espaço de qualidade para jantar na capital dá pelo nome de “Alma” e é da responsabilidade do jovem e talentoso chef português Henrique Sá Pessoa.

Reportagem: Patrick Neves

Aberto de terça-feira a sábado, entre as 19.30 e as 24.00 horas, o restaurante Alma, localizado na Calçada de Abrantes, em Lisboa, propõe uma cozinha de autor, criativa, despretensiosa e acessível, com conjugações surpreendentes de sabores, sem nunca perder de vista a tradição portuguesa. O principal objectivo é cativar um tipo de público maioritariamente jovem, que normalmente não frequenta este género de restaurantes, principalmente por motivos económicos mas também por uma questão de modas, que os empurram para outros lados. Para contrariar essa tendência, o Alma inclui menus a preços muito convidativos, que rondam os 35 euros, apresentando um conceito inovador que pretende exportar, acima de tudo, a experiência Henrique Sá Pessoa.
O local é pequeno, quase intimista, com capacidade para 36 lugares, e especialmente vocacionado para a realização de eventos, jantares de grupos (ou a dois) e festas. Concebido pela dupla de arquitectos Eduardo Malhado e Catarina Ventura, faz uma alegoria à cor branca que atravessa todo o espaço: paredes, cadeiras, mesas, candeeiros, loiça. “A cor e a alma do restaurante residem na comida e nas pessoas que o frequentam”, confidenciou Henrique Sá Pessoa à Nectar, fazendo uma apologia também aos nove elementos que constituem a equipa de serviço, sempre pronta a bem receber.
“É o sonho de qualquer chefe de cozinha ter um espaço próprio onde possa dar azo às suas criações, e tal não foi excepção aqui”, afirmou ainda o chef, que não prevê abrir mais nenhum Alma. “O máximo que pode acontecer é a exportação da ideia para outro tipo de conceitos, nomeadamente através de parcerias com outros espaços ou a abertura de novos”.
Situado na zona de Santos, próximo do Cais do Sodré, o Alma segue a tendência de reabilitação urbana que tem sido promovida nesta zona da cidade com a abertura de diversos restaurantes, bares e hotéis, usufruindo da facilidade de estacionamento proporcionada pelo parque subterrâneo do largo principal.
Os menus, de vertente internacional, estão inseridos numa carta que muda sazonalmente (de três em três meses), havendo ainda o Menu Alma, a 28 euros, e o Menu de Degustação, com cinco pratos, que varia mensalmente.
A aposta é despertar os sentidos “na direcção do simples, do natural, da leveza, do branco sobre branco, do branco sem mácula de pecado, do branco bíblico, já muito próximo da ausência, do som do silêncio”. •

Creme de courgettes com vieira salteada e parmesão

Para 4 pessoas:
• 3 colheres de sopa de azeite
• 3 courgettes com casca cortadas em pedaços
• 2 dentes de alho esmagados e picados ligeiramente
• 10 folhas de manjericão
• 4 vieiras
• parmesão, natas e sal q.b.

Preparação:
1 – Lavar as courgettes e cortá-las aos cubinhos. Num tacho largo, refogar as courgettes em azeite cerca de 2 minutos;
2 – De seguida juntar o alho e algumas folhas de manjericão picadas e refogar cerca de 1 a 2 minutos;
3 – Adicionar água quente e temperada com sal, e deixar ferver cerca de 2 minutos;
4 – Triturar as courgettes e juntar um pouco de natas e queijo a gosto;
5 – Servir decorado com um pouco de manjericão cortado e queijo parmesão ralado acompanhada da vieira salteada e um pouco de juliana de courgetes.

Restaurante Alma
Horário: Terça a Sábado das 19.30 às 24.00h
Morada: Calçada do Marquês de Abrantes 92-94 1200-720 Santos-o-Velho – Lisboa
Telefone: 213 963 527
E-mail: h@alma.co.pt
Site: http://www.alma.co.pt

montra74

Garrafeira Wine o’Clock
Ao ritmo intenso e cosmopolita da capital

Inaugurada em Novembro de 2007, a Wine o’Clock é uma garrafeira elegante, moderna e cheia de vida que opera ao ritmo intenso e cosmopolita da capital. Introduzindo um conceito único em Portugal, sediou-se numa das mais movimentadas avenidas de Lisboa, ocupando 385 m2 do rés-do-chão e primeiro andar dum prédio novo.

Reportagem: Patrick Neves

Pertencente a uma cadeia de lojas especializadas que já detém duas moradas em Matosinhos e Aveiro, a garrafeira Wine o’Clock Lisboa abriu portas, tal como as outras, com o objectivo de ser o mais inovador projecto de retalho de vinhos e bebidas em Portugal. O projecto nasceu em Dezembro de 2006 pela mão do enófilo António Nora e dois amigos, permitindo a criação de espaços nos quais se pode encontrar uma excepcional gama com mais de 3000 referências de vinhos e bebidas (nacionais e internacionais), criteriosamente seleccionadas e com preços muitos competitivos, acessíveis a todas as bolsas. Para além disso incluem vários acessórios para o serviço de vinhos, livros, revistas e filmes da especialidade, uma selecção de produtos gourmet, charutos topo de gama e, ainda, cursos de vinhos, workshops, degustações diárias, provas de vinhos comentadas, jantares temáticos, apresentação de novos produtos e eventos vários. A diversidade de oferta e a qualidade do serviço aliam-se ao aconselhamento personalizado dos clientes, procurando marcar a diferença, com profissionalismo e ética.

A loja de Lisboa

A loja situada na zona das Amoreiras, em Lisboa, foi o terceiro espaço Wine o’Clock a abrir em Portugal. Dividido por dois requintados pisos dum edifício novo, apresenta espirituosos e os melhores vinhos nacionais e estrangeiros, em prateleiras que não incluem só a gama mais alta mas também néctares a preços acessíveis, alguns dos quais provenientes de países do Novo Mundo. No primeiro andar, isolados numa sala climatizada, podem encontrar-se alguns rare wines (ou grandes vinhos do mundo), entre os quais o Château Petrus 2004, que é o vinho de mesa mais caro vendido na loja, a 1777 euros, e é considerado um ícone. Aqui há lugar também para algumas preciosidades portuguesas, sendo o restante andar preenchido com vinhos do Porto, madeiras, champanhes, espumantes e bebidas espirituosas como whisky, vodka, cognac, gin ou cachaça. Recentemente foi reservada ainda uma zona dedicada às águas gourmet, localizada mesmo ao lado do wine bar Let’s Drink, onde se cumpre a função de prova de vinhos todas as quartas-feiras, às 19.00 horas. No piso inferior o destaque vai para a secção onde estão expostos produtos gourmet, a cristaleira (com copos, decanters e outros acessórios de vinho), as montras exploradas por produtores e a torre de champanhe.
Em declarações à Nectar, o gerente da loja, Carlos Jorge, que durante 7 anos foi responsável pelo Club del Gourmet do El Corte Inglês, referiu que “a Wine o’Clock nasceu com a ambição de se tornar num dos grandes projectos vínicos portugueses, diferente das tradicionais garrafeiras e das propostas feitas por alguns gourmet em restaurantes, oferecendo um leque de escolha variado de vinhos nacionais e internacionais que, por vezes, dificilmente chegam ao nosso país”. “Somos representantes exclusivos de algumas marcas internacionais, por exemplo do Chile, Argentina ou Austrália e, a nível nacional, tentamos implementar projectos com produtores, vendendo os seus vinhos ou incentivando à criação de marcas únicas, como é o caso dos vinhos Simetria, desenvolvidos com Paulo Laureano, ou os vinhos de mesa da Quinta do Roriz, da responsabilidade de Cristiano Van Zeller, que só aqui se vendem”.

Projectos até 2010

Tendo em vista a total cobertura do território português, este ano, a cadeia de lojas prevê a abertura de mais dois espaços: o Oporto Wine Cellars by Wine o’Clock (em Lisboa) e uma loja em Almancil (no Algarve).
Localizada num armazém do porto de Lisboa, junto ao Jardim do Tabaco, a Oporto Wine Cellars irá ocupar uma área de 800 m2, fazendo a reprodução exacta das caves de vinho do Porto em Gaia. Apresentará referências das principais casas produtoras de vinho do Porto, constituindo uma experiência única dos habitantes do sul e dos turistas que visitam Lisboa no contacto com esta nobre bebida. O objectivo é aproximar o vinho das gerações mais novas, que através da criação de um espaço próprio para provas e wine bar irão usufruir de várias acções promocionais e de formação à volta da temática do Vinho do Porto, bem como de eventos e exposições.
Em Almancil o conceito seguirá a filosofia do resto do país, estando agora em fase de exploração a futura localização da loja.

Outros serviços

De entre os vários serviços disponibilizados pelas lojas Wine o’Clock destacam-se eventos desenvolvidos em parceira com algumas empresas exteriores, nomeadamente instituições financeiras. É ainda facultado apoio à área de hotelaria e restauração, através da Wine o’Clock Direct, que faz consultoria, fornecimento de vinhos e elaboração de cartas de vinhos, bem como venda on-line, acedendo ao site http://www.wineoclock.com.pt. •

Garrafeira Wine o’Clock
Morada: Rua Joshua Benoliel 2B – 1250-133 LISBOA
Tel: 213833237
Fax: 213888004
E-mail: lisboa@wineoclock.com.pt
Site: http://www.wineoclock.com.pt
Horário de Funcionamento: Das 10:30h às 20:30h
Encerra: Domingo

produtor74

DFJ vinhos – 10.º Aniversário
José Neiva Correia abre portas às quintas da Estremadura e Ribatejo

A DFJ Vinhos completou, em 2008, dez anos de vida. Está por isso de parabéns, e a comemorar. Até porque, “alcançar a excelência da produção do vinho nas diversas regiões de Portugal, transformando a riqueza e variedade das castas portuguesas em vinhos da mais alta qualidade, acessíveis aos consumidores de todo o mundo”, não é fácil, nem para todos.

Reportagem: Patrick Neves

Essa tem sido a missão da DFJ Vinhos, de resto muito bem cumprida, quer por força da visão e carácter do seu proprietário e enólogo chefe, José Neiva Correia, mas também pela aposta, confiante e segura, que faz nos mercados, aqui e além fronteiras.
Para assinalar o décimo aniversário, a DFJ organizou em Fevereiro uma visita às principais quintas que detém nas regiões vinícolas da Estremadura e Ribatejo. O percurso incluiu a passagem pelas propriedades em Torres Novas e Alenquer e culminou, já perto de Santarém, com uma visita à Quinta da Fonte Bela, e um almoço, da responsabilidade do chef Pedro Nunes e do mestre pasteleiro Francisco Gomes.

Visita à Quinta da Madeira

A viagem iniciou-se na Quinta da Madeira, em Torres Vedras. Local de residência de José Neiva Correia, trata–se de uma propriedade de belas vistas, situada no cimo de um monte, com uma extensão de 25 hectares, 15 dos quais destinados à plantação de vinha, principalmente da casta Pinot Noir. Cerca de 1,5 hectares estão reservados a uma entusiástica e inovadora experiência com Dorn Felder, uma casta alemã praticamente desconhecida dos portugueses, de maturação precoce e grande resistência à influência atlântica, que dá vinhos com muita cor e fruta, bem ao gosto dos consumidores.
Foi neste terroir, sujeito a ventos mas também a boas exposições solares, que foi evocada por José Neiva Correia a parceria desenvolvida desde sempre com a Rui Abreu Correia e Herdeiros, uma empresa familiar que o produtor possui juntamente com os irmãos e que é detentora de 200 hectares de vinha, distribuídos pelos concelhos de Torres Vedras e Alenquer. Recordada foi também a associação estabelecida há três anos com Tomás Sanches da Gama, um homem que sensibilizou José Neiva Correia por ter iniciado, aos 76 anos de idade, a comercialização dos seus vinhos, oriundos da Quinta do Rocio. Ao fim do dia, e muitas vezes ao fim-de-semana, José Neiva Correia e Lisete Lucas, enóloga responsável pela produção da Adega Cooperativa de São Mamede da Ventosa, ajudam a manter vivo o sonho deste viticultor.

Matéria orgânica: um dos segredos da viticultura de José Neiva Correia

Prosseguindo caminho até Alenquer, eis-nos chegados à Quinta da Ponte, junto à povoação de Runa – uma propriedade rodeada de montes e com 25 hectares de vinha de diferentes castas, plantada há 13 anos. Exposta aos ventos marítimos, beneficia de um clima sempre fresco (com orvalhadas nocturnas que dispensam a rega) e solos negros, que permitem uma excelente absorção dos raios solares.
Segundo José Neiva Correia “este é o local onde melhor se cozinham vinhos”, dada a facilidade de maturação das plantas, que se fica a dever ao “grande número de horas de exposição solar, à utilização de matéria orgânica, à boa relação entre a massa verde e o número de cachos e à não concretização de doações químicas.”
“Um dos segredos da viticultura é, quanto a mim, a utilização de matéria orgânica, que é muito barata e deve ser introduzida quando há desequilíbrios nos solos”, referiu. “O único investimento que tem de ser feito é ao nível de maquinaria que possa fazer a localização da matéria orgânica e utilizá-la, com baixos custos”.
Com uma produção de 20 toneladas por hectare, a Quinta da Ponte é território privilegiado das castas Chardonnay, Arinto, Castelão e Caladoc (que resulta do cruzamento entre as castas Grenache e Malbec).

Quinta do Porto Franco na família há quatro gerações

A pausa seguinte deu-se a escassos quilómetros, na Quinta do Porto Franco, que tem vindo a ser restaurada e é considerada por muitos historiadores como uma das mais antigas de Alenquer, com uma origem anterior à nacionalidade.
Uma longa alameda de plátanos conduz os visitantes à entrada principal, onde se revela um edifício, baixo e comprido, que preza a traça típica das tradicionais casas agrícolas da região e fica a paredes-meias com a Quinta do Rocio. Local de nascimento de José Neiva Correia, está na posse da família há quatro gerações, incluindo em redor dos terreiros e pátios que circundam a casa manchas de diferentes cores produzidas pelas castas Alfrocheiro, Moscatel, Alicante Bouschet e Syrah.
Na velha adega, as atenções recaem nas armas da família Lobo Garcez Palha, do século XVIII, e em algumas fotografias expostas nas paredes, com imagens antigas dos cavalos a laborar na quinta, munidos de lanças em cobre. Um retrato do primeiro tractor vinhateiro utilizado em Portugal completa a pequena galeria que antecede o local de vinificação – onde se encontram armazenados alguns dos maiores tonéis de madeira do país (com capacidades entre os 35 e os 70 mil litros de vinho), bem como os antigos lagares já desactivados, os depósitos revestidos a fibra de vidro e epoxi, e as prensas horizontais. À saída destacam-se dois grandes reservatórios de vinho em cimento, caiados a branco, e vinhas quase a perder de vista.

Quinta da Fonte Bela: o centro de operações da DFJ

A viagem pelo universo da DFJ findou com a chegada à Quinta da Fonte Bela, em Vila Chã de Ourique, entre o vale de Santarém e Valada, local que constitui o centro de operações da empresa, na medida em que é ali que se procede ao controlo de qualidade e está instalado o centro de engarrafamento, rotulagem, armazenamento e distribuição dos vinhos.
Datada de 1897 e com cerca de 8 mil metros quadrados de área coberta, e outros tantos a descoberto (sempre vigiados de alto pelas cegonhas que nidificam nos telhados), a quinta é formada por um conjunto de insólitas e imponentes construções em pedra, que combinam a arquitectura francesa de chatêaux com resquícios de arquitectura industrial, não faltando a telha de Marselha e uma impressionante chaminé, visível a muitos quilómetros de distância. Tem um total de nove pavilhões, entre laboratório, fornos, armazéns, tanoaria, destilaria e a imensa adega, em utilização, com mais de 20 metros de pé-direito e cubas com capacidade para 2,5 milhões de litros. A adega já desactivada é considerada como um dos maiores reservatórios de tonéis de madeira do país, sendo hoje em dia utilizada para estágio do vinho em meias pipas de carvalho francês, português e americano.

Fusão de dois prazeres: vinhos DFJ e receitas com vinho de Pedro Nunes

Antes de conhecer a quinta, os participantes foram convidados a entrar na sala de provas da Quinta da Fonte Bela e sentar-se à mesa. Após tomarem um apetizer, tiveram a oportunidade de degustar algumas das melhores receitas criadas com vinho pelo chef Pedro Nunes (do restaurante São Gião, em Moreira de Cónegos) para acompanhar os néctares da DFJ, recentemente compiladas em livro, editado sob a chancela Bertrand com o título “Grand’Arte – A Fusão de Dois Prazeres – 40 vinhos para 40 receitas”.
Como entrada um magnífico Escabeche de Sardinha, bem ao jeito e sabor portugueses, teve como acompanhamento o brilhante e muito frutado Coreto Rosé, que desde logo cativou os presentes, abrindo caminho a um festival de sabores. O Monte Alentejano Trincadeira & Aragonez acompanhou uma muito bem conseguida Alheira com Bróculos e Ovo de Codorniz, seguindo-se uma surpreendente e original Canja de Gambas e Morangos que casou, formidavelmente, com o vinho branco regional da Estremadura Casa do Lago Fernão Pires. Em seguida, a muito bem condimentada Roupa-Velha foi servida com o Manta Preta Reserva Touriga Nacional & Tinta Roriz, fechando com Perdizes com Cogumelos e o vinho Segada. No final, para adoçar a boca, a pastelaria gourmet de Francisco Gomes: Tarte de Framboesa, servida com DFJ Alvarinho & Chardonnay e um bonito Bolo de Chocolate Oriental, acompanhado do Escada DOC Douro.

José Neiva Correia: pioneiro na implantação de novas castas em Portugal

Reconhecido pela importante contribuição para a transformação do vinho português, o produtor e engenheiro técnico agrário José Neiva Correia, de 59 anos, tem tanta vocação para fazer vinhos de topo como para produzir vinhos baratos, criando marcas destinadas a um mercado de massas e usando castas tradicionais e internacionais com assinalável mestria. Descendente de várias gerações de vitivinicultores, tanto do lado paterno como materno, seguiu a tradição familiar com gosto, profissionalismo, criatividade e muito entusiasmo, assinando cada um dos seus muitos e variados vinhos com misturas de castas improváveis e com resultados surpreendentes. Como enólogo, tem vindo a desenvolver um trabalho pioneiro na implantação de novas castas no nosso país, promovendo uma agricultura amiga do ambiente, livre de químicos, bem como soluções para a correcta vedação das garrafas, com rolhas de cortiça.
Desde que fundou em 1998 a empresa DFJ Vinhos, tornou-se responsável por uma produção média anual de seis milhões de garrafas, tendo no seu portfólio 33 marcas e 77 vinhos diferentes, oriundos de todas as regiões portuguesas, do Douro ao Algarve. Exportando 90% da produção para os cinco continentes, é detentor de uma das maiores quotas do mercado inglês (o equivalente a um milhão e meio de garrafas exportadas anualmente), impondo-se maioritariamente com marcas a preços muito competitivos e dirigidas a um segmento médio.
No mercado nacional as suas vendas rondam os 15%, prevendo-se que (pelo menos) dupliquem, até ao final de 2010. •

Grand’Arte: A Fusão de Dois Prazeres – 40 Vinhos para 40 Receitas

A visita às quintas que a DFJ Vinhos possui nas regiões da Estremadura e Ribatejo serviu de pretexto para a primeira apresentação pública do livro “Grand’Arte:
A Fusão de Dois Prazeres – 40 Vinhos para 40 Receitas”. Com
texto da autoria de Leonor Vaz Pinto e fotografias de Manuel Correia, foi editado em Portugal no final de 2008, sob a chancela Bertrand, em versão bilingue (português e inglês), grande formato e com uma apelativa imagem de capa. Com P.V.P. recomendado de 23,95 €, trata-se de um conjunto de 40 receitas confeccionadas com vinho, criadas pelo chefe Pedro Nunes para acompanhar
40 dos 77 vinhos produzidos pela DFJ, incluindo ainda sobremesas, também elaboradas com estes néctares pelo consultor de pastelaria Francisco Gomes.
Após um breve historial do percurso de José Neiva Correia e da sua actividade no seio da DFJ Vinhos, o livro apresenta propostas que, apesar de originais e inovadoras, respeitam os sabores genuinamente portugueses. A primeira parte
é dedicada aos grand apetizers, ou à “Arte de Bem Petiscar”, seguindo-se grand celebrations (“A Arte de Bem Festejar”) e Grand’Arte (reportando-se ao nome de alguns vinhos DFJ da região Estremadura). A obra encerra com uma listagem dos 40 vinhos seleccionados para acompanhar os pratos. •

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Segurança alimentar
A problemática associada à presença nos vinhos da ocratoxina A

Texto: António Manuel Jordão*

A segurança alimentar tem vindo a atrair cada vez mais a atenção e a preocupação dos consumidores. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), reconheceram que o acesso a alimentos nutricionalmente adequados e seguros é um direito de cada indivíduo.
As micotoxinas são compostos que apresentam uma reconhecida actividade tóxica para os animais, sendo produzidas por algumas espécies de fungos filamentosos, que podem estar presentes nos alimentos. Devido tratarem-se de contaminantes naturais, não é possível eliminar a sua presença dos alimentos por completo, podendo no entanto os seus níveis serem reduzidos para valores que não apresentem risco para a saúde humana.
Nos últimos anos, o facto de ter sido detectada uma micotoxina nos vinhos, designada por ocratoxina A, fez com a comunidade científica e a própria União Europeia (UE) despertassem com alguma preocupação para esta situação. Sabe-se que logo a seguir aos cereais, o vinho é mesmo considerado como sendo a segunda causa principal de ingestão deste tipo de micotoxina, contribuindo em média com cerca de 10% da dose ingerida diariamente pelos consumidores. Podemos ainda encontrar esta substância no café e ainda nas frutas secas.
A ocratoxina A é considerada como sendo um metabolito secundário produzido por fungos de várias espécies de Aspergillus sp. e de Penicillium. Por outro lado, sabe-se que em regiões temperadas e frias, a ocratoxina A é produzida principalmente por espécies de fungos diferentes daqueles que proliferam em áreas tropicais e subtropicais. O tempo de meia vida da ocratoxina A ingerida por via oral é de aproximadamente de 35 dias, tomando por base os dados obtidos em experiências levadas a cabo com animais. Esta micotoxina apresenta propriedades, nefrotóxicas, hepatóxicas e imunotóxicas para várias espécies de animais, sendo que para os humanos é ainda indicada como sendo uma substância com propriedades potencialmente carcinogénicas.
A Organização Mundial da Vinha e do Vinho (OIV) com base nos dados disponíveis sobre o impacto da ocratoxina A na saúde humana, estipulou 2 µg/L como sendo o limite máximo que os vinhos poderão apresentar deste composto. Por outro lado, para as uvas o limite máximo estabelecido é de 10 µg/Kg, tendo estes valores sido adoptados também pela União Europeia através de regulamentação própria.

Causas e níveis de contaminação de ocratoxina A nos vinhos

Foi em 1995 que pela primeira vez, investigadores suíços descobriram a presença da ocratoxina A nos vinhos. Após esta descoberta vários têm sido os estudos que confirmam a presença desta toxina em vinhos oriundos de vários países. Segundo alguns autores, a presença desta substância varia entre teores abaixo do limite de detecção até valores que podem atingir cerca de 16 µg/L. Actualmente a problemática associada à presença desta toxina, tem levado a que seja um factor a considerar no comércio do vinho, em especial ao nível da exportação.
As causas de contaminação do vinho com esta micotoxina não se encontram ainda de forma clara bem estabelecidas. Alguns estudos referem que a frequência e os níveis de contaminação de ocratoxina A variam consoante o tipo de vinho e a origem geográfica, sendo os vinhos tintos e os vinhos doces provenientes de países com climas mediterrânicos, em particular do sul da Europa e do Norte de África, como sendo aqueles que apresentam maiores níveis de contaminação. Assim, tem-se levantado a hipótese de que esta relação entre a presença da ocratoxina A e a origem geográfica dos vinhos poderá ser devida a diferenças na distribuição e incidência de fungos de ocratoxina A na microflora das uvas. Porém, tal facto ainda carece de confirmação sendo pois necessário efectuar mais estudos. Os Comités Científicos Alimentares dos vários países, em especial da União Europeia, realçam pois a necessidade de se realizarem estudos detalhados nos países europeus produtores de vinho, com vista a estabelecer de forma clara as causas de contaminação, a avaliação e a minimização deste problema. Neste âmbito, realça-se a necessidade serem estudados os seguintes aspectos: conhecer e identificar as espécies de Aspergillus e Penicillium presentes nos bagos de uva capazes de produzir micotoxinas relevantes nas uvas (com destaque para a ocratoxina A), determinar quando surgem as principais espécies produtoras de micotoxinas no bago de uva, verificar qual a sua relação com a restante microflora e ainda determinar a variação com a região geográfica de origem. De salientar que a avaliação e a análise dos níveis de ocratoxina A nas uvas ao longo da maturação é também um aspecto que tem sido objecto de estudo.

Medidas para prevenir e limitar a presença de ocratoxina A nos vinhos

Tendo em consideração a importância desta temática, a própria Organização Mundial da Vinha e do Vinho (OIV) estabeleceu um conjunto de regras de boas práticas para melhor prevenir o aparecimento de ocratoxina A nas uvas e nos vinhos.
A presença de ocratoxina A nos produtos vitivinícolas é uma consequência da presença dos fungos das espécies Aspergillus carbonarius na uva. A sua presença, resulta fundamentalmente da deficiente protecção fitossanitária das uvas. Assim, um adequado controlo do estado fitossanitário das uvas é, à partida, uma das principais acções que poderão evitar o aparecimento da ocratoxina A nas uvas. Porém, no geral, quando as uvas apresentam contaminação por este tipo de fungos, as mesmas não devem ser utilizadas para consumo humano, nomeadamente ao nível do seu consumo em fresco.
No caso das uvas destinadas à produção de vinho, quando estas apresentam uma ligeira contaminação por Aspergillus carbonarius, as boas práticas recomendam: remover os cachos de uvas que apresentem a presença de fungos (facilmente observável devido à coloração negra presente nas uvas) através por exemplo do recurso a mesas de escolha, um rápido transporte das uvas para a adega e ainda proceder a uma adequada higienização dos recipientes utilizados no transporte das uvas (através da utilização de água sob pressão).
Ao nível das intervenções na adega, podemos agrupá-las em 3 grandes momentos: durante as operações pré-fermentativas e fermentativas (incluindo a fermentação alcoólica e maloláctica) e ainda durante as operações de clarificação e conservação dos vinhos. Assim, no caso das operações pré-fermentativas os cuidados a ter passam, fundamentalmente, por efectuar uma adequada aplicação de sulfuroso para que a fermentação alcoólica não se inicie de forma descontrolada, realizar uma maceração pouco prolongada, evitar a utilização de prensas contínuas (incluindo a realização de prensagens ligeiras) e ainda evitar a aplicação de enzimas pectolíticas durante a clarificação e a maceração.
Durante a fermentação alcoólica, algumas possíveis acções se destacam, nomeadamente, a possibilidade de serem utilizados fermentos enológicos (leveduras e/ou bactérias lácticas) que apresentem uma capacidade para absorver a ocratoxina A, embora vários estudos indiquem que esta medida só permite uma diminuição parcial dos conteúdos desta micotoxina, e ainda realizar a desencubação logo após o final da fermentação alcoólica.
No caso das operações de clarificação e de conservação dos vinhos, vários estudos apontam para o facto de que conservação dos vinhos em contacto com as borras poderá ajudar a reduzir os teores em ocratoxina A, embora seja do conhecimento geral que esta prática pode conduzir em muitos casos, a uma diminuição das qualidades sensoriais dos vinhos. Por outro lado, a aplicação de alguns tipos de colas tem também apresentado resultados encorajadores na redução dos níveis desta micotoxina nos vinhos. Assim, vários trabalhos realizados indicam que a aplicação de gel de sílica associada à gelatina conduz a uma redução significativa dos teores de ocratoxina A. Os resultados indicam ainda que a aplicação de carvão enológico permite a obtenção de excelentes resultados na sua eliminação. De salientar ainda que antes da aplicação de qualquer produto enológico, será prudente conhecer as repercussões da sua aplicação nas características físico-químicas e sensoriais dos vinhos.
Em conclusão, as principais formas de reduzir os teores de ocratoxina A nos vinhos passa fundamentalmente, pela implementação de medidas preventivas na vinha e por um adequado controlo do estado fitossanitário das uvas. Na adega as medidas a tomar terão sempre um carácter correctivo. •

* Professor Adjunto da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu. Responsável pela leccionação das disciplinas da área de Enologia dos cursos de Engenharia Alimentar e de Engenharia Agronómica – Ramo de Viticultura e Enologia.

entrevista74

Carlos Brito*
“Falta trabalhar a parte emocional do vinho”

A ligação entre o vinho e o consumidor necessita de um apelo mais intenso à vertente emocional dos vinhos. Humanizar a comunicação é fulcral para o conseguir. Segundo Carlos Brito, professor da Faculdade de Economia do Porto e especialista em Marketing de Vinhos, os produtores portugueses devem afinar as suas estratégias de promoção e marketing, apostando nas relações públicas e no lobbying. E melhorar as suas capacidades de parceria com outros produtores. Porque “cooperação é diferente de amizade”, sublinha este economista.

Entrevista: Marc Barros

Nectar – Não basta saber fazer bom vinho, é preciso saber vendê-lo. É uma máxima que os produtores portugueses já interiorizaram?
Carlos Brito – Tradicionalmente, os produtores portugueses sempre descuraram a vertente do marketing e promoção. Somos um país produtor de vinhos, mas não somos um país de vendedores, eficazes na área de valorização do produto. Não posso, no entanto, negar, que nos últimos 10 anos tem sido feito um grande esforço, com o surgimento de muitas marcas, sejam quintas, engarrafadores ou mesmo grandes empresas. Por vezes de forma caótica, pois nem sempre é aconselhável colocar uma marca, ou fazê-lo de certa forma.
O problema é sobretudo de valorização, ou seja, não se trata de uma questão da qualidade dos vinhos, mas quando este surge numa prateleira a 3, a 2 euros ou até menos, há um défice de valorização do produto. É exactamente aí que o marketing entra.

Como se consegue essa valorização?
Desde logo com uma mudança de paradigma, isto é, quem vende vinho deve ter a noção que “não está no negócio dos vinhos”. Por exemplo, o vinho do Porto é-o porque obedece a um conjunto de características definidas por legislação relativas à sua origem, ao seu teor alcoólico, às castas utilizadas, etc. Mas isso é pouco. O vinho do Porto é muito mais do que isso – é a região, a sua história, as suas paisagens, a sua tradição, gastronomia, a cultura, é também o Porto e Gaia, com as suas caves. E é tudo isso que se vende numa garrafa de vinho do Porto, e é assim que se valoriza o vinho. O desafio do marketing é esse, o de agregar a um produto central outras componentes que do ponto de vista do cliente façam sentido e acrescentem valor.

Um problema de dimensão

O excesso de marcas, que conduz a guerras de preços e volumes, conduz à desvalorização do vinho?
Para acrescentar valor na área dos vinhos, como em qualquer negócio, é essencial dominar as actividades que integram a cadeia de valor e são críticas. Na área dos vinhos, o valor acrescenta-se nas áreas a jusante, ou seja, mais próximas do consumidor – desde o engarrafamento à marca ou à comercialização. Daí que tenha havido uma tendência nos últimos anos (veja-se na região dos vinhos verdes, mas também em todo o país) para a criação de marcas próprias, com pequenas propriedades e pequenas produções. E isto à partida está certo, pois é aí que se acrescenta valor. Mas há um reverso, ou seja, será que o pequeno produtor tem dimensão para colocar a sua marca? A minha percepção é que, muitos pequenos produtores com marca própria, provavelmente ganhariam mais se se limitassem a produzir boas uvas. Porque, para ganharem dinheiro com marca própria, têm que ter uma dimensão mínima para investir em marketing e assim obterem o retorno dessa valorização.

O mercado encarregar-se-á de eliminar as marcas que estão a mais?
Creio que há excesso de marcas e que há sobretudo muita gente, sobretudo pequenos produtores e engarrafadores, a ganhar muito pouco dinheiro ou a ter prejuízo. Temos ainda o fenómeno curioso do produtor que tem uma outra actividade – médico, engenheiro ou outra – que tem uma quinta para onde vai no fim-de-semana, por isso não mete as contas todas, vai equilibrando o negócio.

Mas está a desvirtuar o mercado…
Exacto, pois não faz as contas todas. Poderemos considerar que está na fronteira do hobby e vai equilibrando o negócio. Mas quem inclua todas as contas, está a perder dinheiro.

Na sua opinião, qual é a dimensão considerada mínima para estar no mercado?
Se quiser investir em marketing e promoção, tem que ser minimamente visível para que esse investimento seja viável. Estamos a falar de 150 mil garrafas.

Nessa realidade está incluído o mercado internacional?
Sim. Abordando novamente a lógica do pequeno produtor, o contacto nos mercados internacionais surge muitas vezes de uma forma fortuita e não sistemática e organizada. Abordagens mais profissionais englobam a presença em feiras, muitas vezes em parceria com outros produtores ou, de forma mais sofisticada, organizações como os Douro Boys ou o Independent Winegrowers Association (IWA) para o mercado britânico, com custos repartidos e complementaridade.
Para o pequeno produtor a estratégia deve ser o que chamamos estratégia “push”, empurrando o produto, ou seja, trabalhar o canal de distribuição. Não se exigem gastos avultados de promoção e publicidade, ou seja, de comunicação “above the line”, mas sim “below the line”, ou seja, relações públicas.

Cooperar ou ser amigo?

A associação entre produtores é uma boa opção?
É, no sentido de desenvolver acções de relações públicas, o que é uma forma adequada de promoção. A ideia é estabelecer contactos, fazer lobby junto de líderes de opinião, nomedamente críticos de vinhos que, com uma notícia favorável, podem ter maior influência junto do consumidor do que um anúncio. A publicidade é importante para dar notoriedade, mas esta aplica-se a produtores de grandes quantidades.

O associativismo continua a ser uma das pechas dos produtores nacionais?
É uma afirmação que se aplica à generalidade do tecido empresarial português, seja qual for o sector. Cooperação entre empresas não têm a ver com amizade – esta faz-se entre pessoas. Posso cooperar com uma empresa cujo dono nem sequer é muito meu amigo, mas as nossas empresas cooperam lindamente. Em suma, não devemos confundir cooperação com amizade. Por outro lado, a cooperação empresarial exige profissionalismo, subtanciado no que chamamos 4 C’s – conjugação de interesses (por exemplo, explorar um mercado comum); compartilha de recursos (que podem ser dinheiro, tempo, esforço, acesso a mercados ou know-how); coordenação de actividades e; confiança.
E a confiança também se cria, sobretudo através de formas que não impliquem grandes comprometimentos à partida, com pequenos projectos. E se as coisas correrem bem, então pode-se avançar para projectos gradualmente maiores. E assim, trabalhando em conjunto, ganha-se confiança. Isto é assim para o vinho como para qualquer outro sector.

A adopção de uma estratégia “push” na distribuição faz mais sentido para o mercado externo? O marketing e promoção terão que ser diferentes nos mercados interno e externo?
Têm. A questão da distribuição é fundamental no mercado externo por uma razão simples: quem cá está conhece minimamente o mercado e tem uma percepção dos canais de distribuição e das tendências do consumo. Mas lá fora, uma empresa não muito grande não tem essa percepção de forma tão sólida; por isso tem que recorrer a quem conhece o mercado, ou seja, o operador local.

No mercado interno, quais os aspectos em que uma empresa deve vincar a sua estratégia de marketing?
A marca é fundamental, bem como a comunicação. Neste caso, a dimensão é fulcral. Uma pequena empresa deverá operar” below the line”, ao nível das relações públicas e canal de distribuição, feiras, internet e agregar o produto vinho a uma oferta mais alargada – enoturismo, turismo de habitação, trilhos pedestres, bicicleta, integração numa rota de vinhos ou outra, cultural ou arquitectónica, por exemplo.Uma empresa maior pode fazer tudo isto, mas tem que apostar em publicidade e na visibilidade em orgãos de comunicação social. Em qualquer dos casos terá que trabalhar o canal de distribuição, pois há uma interdependência entre quem vende e quem vai distribuir.

Um dos fenómenos que se verifica actualmente é a verticalização, englobando todo o processo, desde a produção à distribuição. As vantagens serão óbvias?
São, e essa é uma tendência que se verifica em todos os sectores, ou seja, quem produz quer estar mais próximo do consumidor final. Há, desde logo, razões técnicas e logísticas que permitem que tal aconteça – as tecnologias de informação, as facilidades de transporte, os meios logísticos de armazenagem e distribuição, todos eles permitem que se eliminem intermediários. Mas há também razões de mercado: quanto mais próximo se está do consumidor, melhor se percebe o que este procura. E o consumidor tem hoje um poder brutal.

Mulheres e jovens – os segmentos do futuro

A arma do consumidor reside na escolha, mas há também uma fragmentação – no vinho do Porto assiste-se ao progressivo envelhecimento do consumidor médio. Como podem os produtores contrariar essa tendência?
Uma coisa é fazer regressar o consumidor ao vinho, outra é fazê-lo optar por determinada marca. Portugal é um país tradicionalmente bebedor de vinho, e nem sempre isso era bom sinal, a começar pela sinistralidade rodoviária – o que não significa que deixar de beber vinho para passar a beber outra bebida alcoólica melhore a situação. Esse consumo per capita foi diminuindo, com a transferência para outras bebidas, como cerveja, água ou refrigerantes. Actualmente estamos numa fase estável, madura. Fazer crescer um mercado destes não é fácil.

Numa situação dessas, algumas opções envolvem oferecer um produto em novas roupagens. Mas, no caso dos vinhos é mais difícil – vinho em lata ou garrafas de plástico não é lá muito sedutor…
Não, mas pode-se tentar operar segmentos negligenciados, no caso as mulheres e os jovens. Metade da população é constituída por mulheres, e cada vez mais são as mulheres que escolhem os vinhos. Repare, eu disse escolhem, porque beber sempre beberam. O que significa que as suas escolhas prendem-se com vinhos ligados à sua sensibilidade, ou seja, vinhos mais doces ou adamados. E hoje temos empresas que trabalham claramente esse segmento – por exemplo, 52% do vinho escolhido em Inglaterra é-o por mulheres, e a tendência é para aumentar.
O segmento dos jovens, no que toca ao consumo de bebidas alcoólicas, passa pela cerveja e bebidas fortes. Os vinhos consumidos não serão grandes vinhos, muito complexos, mas sim fáceis de beber, como brancos ou rosés (e aqui o vinho verde pode ter uma oportunidade).

Essa perspectiva não será bem aceite por muitos produtores, pois implica adequar o produto ao mercado, deixando para trás noções arreigadas como terroir, genuinidade dos vinhos, ou seja, um produto que tem que encaixar nos mercados.
É verdade e nota-se sobretudo em empresas mais pequenas, numa orientação excessiva para o produto. Faço um vinho como o meu pai e o meu avô faziam, é um vinho que resulta de uma herança centenária, a minha roda de amigos diz que é um vinho excelente. Mas não o vendo, porque o mercado não percebe nada. Manter esta postura é fatal.
É uma lacuna cultural e de formação em marketing. Uma das formas de avaliar a qualidade do produto é a sua aceitação pelo mercado: se a qualidade é essencial, a última pessoa que deve dar opinião é o produtor e a primeira é o consumidor. É preciso passar para orientação para o mercado.

Nessa transição, qual o papel que as associações sectoriais podem ter?
Enorme, não a vender, mas a promover. Uma organização que vende os produtos de outrém, como uma central de vendas, está a passar um atestado de menoridade ao produtor. Não quer dizer que não funcione, mas sou céptico quanto a essa solução. Mas pode ser importante a passar informações de mercado, a revelar tendências de consumo, dar formação técnica de produção, de marketing, financeira e recursos humanos. E isso pode ajudar imenso a transformar a mentalidade dos produtores.

As armas da diferença

A nível externo, a utilização de castas autóctones pode ser uma arma valiosa?
Um país como Portugal só pode vingar nos mercados internacionais com vinhos diferentes. Os novos produtores utilizam castas internacionais, com vinhos de excelente relação qualidade/preço, graças às fantásticas condições de escala que possuem. Portugal só pode competir pela diferença. Poderá haver um passo intermédio, com vinhos que resultem da elaboração de lotes de castas nacionais com internacionais que facilitem a penetração em certos mercados. E mais: um produtor de vinhos com várias marcas pode utilizar uma ou duas com castas internacionais para abrir portas aos vinhos de castas autóctones sem dar um tiro no pé.

Essa diferenciação será suficiente, quando vemos produtores de outros países, sobretudo do Novo Mundo, que cada vez mais apostam em embalagens inovadoras, por exemplo?
É necessário ter mais arrojo e pisar o risco. A dúvida é saber onde está o risco. A certeza é saber que fazer o que temos vindo a fazer só nos levará ao mesmo sítio. A solução é inovar e quebrar tabus; porque muitas vezes esse tabu só existe na nossa cabeça. No sector do vinho do Porto temos exemplos bem sucedidos, como o lançamento do Óptima pela Symington, do Pink pela Croft ou do Portonic. Ou da produção de espumantes na região dos Vinhos Verdes. Isto sem desvirtuar o que é essencial, nomedamente ao nível das tradições, que também acrescentam valor. Não passa pela cabeça de ninguém que em Champagne metam o vinho numa lata.

Rejuvenescer o vinho do Porto implica ter esse arrojo?
Sim, mas é preciso ter uma visão de longo prazo. Não nos podemos esquecer que o vinho do Porto tem uma tradição de séculos, ao longo dos quais viveu várias crises. Creio que a situação actual não é preocupante. Mas não deixa de ser verdade que se devem fazer esforços para entrar em segmentos insuficientemente explorados – jovens e mulheres. E outro aspecto importante, que vale para todos os vinhos: é preciso humanizar a comunicação. Nas revistas ou na televisão, quando se fala de vinho, vemos muitas imagens de paisagens, das vinhas, etc. Mas onde estão as pessoas? São elas quem faz o vinho e quem o consome. Falta trabalhar a parte emocional do vinho. •

A oportunidade (e os desafios) do enoturismo

O enoturismo é uma nova área de negócio para as empresas?
É uma nova área de negócio, que implica competências na área do turismo e não dos vinhos. Esse é um dos problemas, pois muitas empresas que exploram o enoturismo fazem-no de forma errada. Quem sabe de turismo sabe vender enoturismo como turismo radical. As competências são semelhemantes. As possibilidades de expansão são enormes, pois está no âmbito da indústria de lazer, com forte tendência de crescimento. As pessoas têm cada vez mais dinheiro mas, sobretudo, cada vez mais tempo.
Uma das coisas que herdámos da crise de 1929 foi deixar de trabalhar ao sábado, simplesmente porque não havia trabalho. Quem nos diz que esta crise, que é profunda, não poderá ter como uma das soluções deixar de trabalhar à sexta-feira à tarde? Por isso é de prever que esta indústria continue a crescer.
O enoturismo terá um papel importante, pois não é um turismo de massas. Divide-se em dois grandes segmentos: aquele que visita um país e quer conhecer as regiões, as quintas, os vinhos, numa completa imersão no contexto do vinho (segmento que na Europa vale cerca de 500 mil viagens anuais), e aquele vai conhecer um país, visitar uns castelos, fazer montanhismo e também visitar uma quinta ou outra, ou seja, está receptivo a uma experiência de enoturismo. Este segmento vale, na Europa, 20 milhões de visitas anuais.
Em Portugal, por exemplo, um turista que vá ao Porto, passe por Guimarães e ao Douro, numa lógica de visita de áreas que são Património da Humanidade, poderá estar receptivo a uma ou mais oferta enoturística. É necessário, porém, que tudo esteja bem engrenado e que uma roda dentada engrene na outra.

Essa integração de oferta não se verifica?
Muito pouco, porque as rotas turísticas funcionam como roteiros, a que muito poucas pessoas estão receptivas. Essa integração representa passar de uma lógica de roteiro para uma lógica de rede.

Como se pode conseguir essa mudança de paradigma?
Tem que passar pela gestão da rota, desde as entidades gestoras de rotas, as CVR e os produtores. Se há pouco falávamos de dificuldades de associação de empresas, as dificuldades de entendimento entre instituições são muito maiores. Ou seja, acabar com a lógica de “capelinha” e mostrar que, ao beneficiar um, todos ganham. Até porque a promoção do turismo passa pela promoção do território, e o aumento de competências regionais ligados a diferentes sectores de actividade é, nesse aspecto, fundamental. Por isso é que a fusão das entidades de turismo foi importante. •

Rumos para os vinhos

Este docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) tem uma carreira feita quer no apoio às empresas do sector vinícola quer no domínio da investigação. Doutorado em Marketing pela Universidade de Lancaster (Reino Unido), onde defendeu uma tese dedicada ao sector do Vinho do Porto, Carlos Brito tem colaborado como consultor com diversas entidades nacionais e estrangeiras, nomeadamente a Comissão das Comunidades Europeias, grupo Sonae, INESC, Instituto dos Vinhos do Douro e Porto ou Fundação de Serralves, entre outras. Carlos Brito faz ainda parte do Who’s Who in Science and Engineering e é um dos dezasseis “Mestres Portugueses da Gestão”, livro editado por Jorge Nascimento Rodrigues. Actualmente está a preparar um livro sobre Marketing de Vinhos e já publicou a obra “Estrutura e Dinâmica do Sector do Vinho do Porto”. Recentemente, Carlos Brito desenvolveu uma série de estudos na área dos vinhos, tendo sido o coordenador, entre outros, dos estudos «Rotas Enoturísticas do Norte de Portugal», promovido pela CCDR-N – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, IVDP e CVRVV; «Plano de Marketing para o Sector Vitivinícola da Região do Lima», a pedido da ARDAL – Associação Regional de Desenvolvimento do Alto Lima; «Plano Estratégico para o Vinho Verde» e «Manual de Boas Práticas para o Enoturismo no Vinho Verde», ambos promovidos pela ANCEVE – Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas. •

* Professor da FEP e especialista em Marketing de Vinho

Edição 74/75

2009, O ano da consolidação

aparicio2Cansados da palavra crise, partimos nesta edição à descoberta de um país vinícola mais positivo que, acima de tudo e dadas as suas potencialidades, deve dar a volta por cima, consolidando marcas ou lançando-se em novos desafios, que por vezes é o melhor a fazer nestas alturas, podendo salvar muitos postos de trabalho.
Preferimos portanto apelidar 2009 como sendo um ano de consolidação, na qual marcas, empresas e organismos devem apostar, quer seja através da fidelização dos actuais clientes quer conquistando outros, através de re-brandings, promoção ou lançamento de novos produtos.
Ficámos aliviados pois, afinal, existe vontade, principalmente das regiões afastadas dos grandes centros urbanos que se querem assumir, cada vez mais, como destinos de excelência, promovendo os seus pontos de interesse.
Subimos à Bairrada, para experimentar as relíquias gastronómicas ali produzidas, assistimos a eventos no Porto, que distinguiram os principais vinhos e produtores portugueses, e escrevemos sobre a harmonia da comida com vinhos, sugerida por associações, hotéis ou restaurantes.
Presenciámos conversas, associamo-nos a encontros e festas em torno do vinho, e destacámos produtores, pela forma original e inovadora com que lutam nos mercados, nacional e estrangeiro.
E porque beber vinho também pode ser uma moda, em Cascais, deliciámo-nos com coktails, que podem ser a porta de entrada dos jovens num mundo, o dos vinhos, que tem ainda muito para dar aos apreciadores mas também aos futuros experimentadores. •

J.E. Aparicio

Editorial 76

Vinhos verdes: Frescas propostas na nova estação
No auge da Primavera e com o Verão quase, quase a chegar, o calor obriga-nos por vezes a parar, encontrar uma sombra e refrescar. E, para desfrute total, nada melhor que um vinho português, branco ou rosé, servido à temperatura adequada ou, para os mais aprimorados, um espumante bruto ou um licoroso fresquinho. ler mais

J. E. APARÍCIO - Director

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